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Jun/14

Pr. Adejarlan Ramos: Por que os homens matam?

De tão comum já estamos nos acostumando com os noticiários sobre homicídios. Antes, ficávamos assustados. Agora, já faz parte do comum. Já somos ate capazes de ouvir relatos bárbaros sem franzir a testa ou fazer ares de repugnância com o semblante. É o incomum virando comum. É a excessão se transformando em regra.

Mas, afinal de contas, por que os homens matam?

Os homens matam por que estão banalizando a vida. A vida já não é vista como aquele bem tão precioso que legou-nos o Criador. A vida é vista como um elemento descartável. Motivados por um capitalismo desenfreado, a vida vale menos do que as coisas. A bolsa ou a vida? É a pergunta que fazem em um momento do assalto.

Os homens matam por que a instituição familiar está em crise. O lar é um campo de treinamento para a arena da vida, mas quando estes falham, tornam-se uma fábrica de monstros humanos.  Os monstros humanos muitas vezes são produzidos nos ambientes domésticos, que desestabilizados e constituídos de um pai ausente e uma mãe relapsa, vão reproduzindo as mazelas da nossa já tão combalida sociedade.

Os homens matam porque muitas vezes,  primeiramente foram assassinados pela vida. Com carências afetivas, vão eles deixando sair do sub solo da alma os sentimentos mais bárbaros e desprezíveis, que de tão bárbaros já nem se parecem com a imagem e semelhança do Criador, conforme nos relata o Genesis. Falta-lhes muitas vezes um gesto, toque e expressões que lhes foram poupados na infância. As mochilas de suas vidas estão cheias de traumas, decepções e angustias que a vida lhes proporcionou.

Os homens matam porque são vitimados por uma crise existencial. Já perderam os referenciais do passado, já não se encontram no presente e não alimentam esperança quanto ao futuro. São invisíveis na sociedade. São invisíveis na vida. O existir já não faz sentido para eles.

Os homens matam por que muitas vezes também são vitimas. São vitimas de um Estado que produz marginalizados, não oferecendo em alguns casos os elementos mais básicos para a construção da dignidade humana. Vitimas de uma sociedade egocêntrica, injusta, que promove uma cultura de violência através da mídia e até mesmo nos seus programas policialescos em horários nobres, relegando os programas educativos para horários não tão nobres.

Os homens matam por causa do senso de impunidade de uma justiça injusta que perdida nos meandros da burocracia e enlameada pela corrupção, apresenta-se de forma morosa e inconsequente.

Os homens matam por que se deixam dominar pelos sentimentos mais repugnantes alimentados por uma natureza pecaminosa que reside em nós. O pecado não é meramente uma teoria, é uma realidade. Contrariando o antropocentrismo, o humanismo secular, com a crença de que o homem é essencialmente bom, mas as instituições o corrompem, a Biblia mostra-nos que o homem tem a tendência para o pecado. O pecado não é meramente uma crença teológica, é uma realidade palpável.

Os homens matam porque o problema do homicídio não é tratado na sua gênese: o coração. Jesus disse que é do coração que procedem os maus pensamentos. O problema precisa ser tratado na sua origem. Não adianta tratar o exterior se não tratarmos o interior.

Enquanto isto não acontece, os homens continuam matando!

Pr. Adejarlan Ramos
Vice-presidente da Assembleia de Deus (CGADB) em Barreiras

Fonte:Blog do Sigi Vilares/Colunistas
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