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29
Abr/14

Jota Alves: “Em defesa dos Presidiários”

A prisão dos envolvidos no maior escândalo de corrupção envolvendo a classe política brasileira criou uma nova bancada no Congresso Nacional que se especializou em acompanhar de perto e defender os direitos dos presidiários, em especial dos condenados na Ação Penal 470. O que para alguns presidiários pode ser motivo de comemoração, para outros pode ser bem diferente.

O líder do Partido dos Trabalhadores (PT) no Senado, Humberto Costa, paulista que fez o caminho inverso ao do seu líder político Luis Inácio Lula da Silva. Nascendo em Campinas e se tornando Senador pelo Pernambuco. Durante sessão, usou o seu tempo de líder na Casa para mais uma vez alfinetar o Judiciário brasileiro e defender seus correligionários políticos presos.  Ele cobrou o fim da “perseguição institucional implacável” aos petistas, afirmou que “Justiça não é vingança”, e considerou que “parece uma coordenada ação entre alguns juízes e membros do Ministério Público para sonegar, discricionariamente, os direitos dos apenados, em atos que fazem corar até mesmo os críticos mais raivosos”.

Se referindo diretamente à situação do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, que foi condenado a cumprir a pena em regime semiaberto, mas há cinco meses está em regime fechado, o senador saiu em defesa do preso alegando que “com base em denúncias jamais comprovadas de supostas regalias de que teria se beneficiado” criou-se um impedimento “a aplicação, nos estritos termos legais, da pena e do regime prisional que lhe foram imputados”.

Não é de hoje que se tem em todas as esferas dos poderes aqueles que defendem os “direitos dos presos”, inclusive existem tratados internacionais para a correta aplicação de penas e todo um cuidado para que as mesmas não sejam “desumanas”.

Em entrevista recente o ex-presidente Lula também voltou a discordar do julgamento, afirmando que “80% foi político e apenas 20% jurídico”.

O que me chama a atenção diante de tudo isso, é que o Senador, o Lula, e boa parte da bancada petista, esquecem-se do clamor do povo brasileiro, que neste momento se alvoroça exigindo a criação de penas mais duras e de leis mais rígidas para aqueles que insistem em fugir a boa conduta.

Pior, esquecem-se da situação dos demais encarcerados. Daqueles que praticaram crimes de menor gravidade e mesmo assim são obrigados a cumprirem penas maiores. Daqueles que já deviam estar em liberdade, mas que por falta da devida orientação e defesa jurídica ainda estão trancafiados em celas bem piores que a que o Dirceu está.

Se por um lado, Dirceu e companhia podem comemorar uma defesa nunca antes vista no Parlamento Brasileiro, senadores empenhados em defender presidiários. Por outro, o povo brasileiro percebe que os seus legítimos representantes estão andando na contramão dos clamores sociais. Como esperar que os parlamentares criem penas mais duras para criminosos, se neste momento uma das principais bandeiras tem sido “em defesa de presidiários”?

Jota Alves
Radialista – Apresentador do Programa Mundial Notícias da Rádio Mundial FM 91,3

Colunista do Blog do Sigi Vilares

Fonte:Blog do Sigi Vilares/Colunistas
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